Viajando por Cuba

sexta-feira, 25 de maio de 2007

A República de Cuba (CUBA) é uma ilha subtropical localizada no Mar do Caribe, cuja dimensão chega a 1.200 km de uma ponta a outra (mais ou menos a mesma distância de Brasília a Curitiba), quase do tamanho da América Central. Sua população passa dos 11 milhões de habitantes, sendo 3 milhões somente na capital (Havana).

Não existem analfabetos e grande parte da sua população possui o nível universitário. Cuba é referência em educação, saneamento básico e medicina social, já que a saúde é pública e de ótima qualidade.

Pousamos no aeroporto de Havana (capital de Cuba), vindo de Cancún, no México, às 14h30. Passamos pela imigração tranqüilamente, pois já tínhamos nossos vistos pagos. Ao irmos pegar nossa bagagem na esteira, uma surpresa: cães farejando todas as malas. Até tentamos registrar com nossas máquinas fotográficas, mas não foi permitido. Um dos seguranças veio dizer que não podíamos. Todos usavam uniforme verde pardo.

Almoçamos ali mesmo. Pedimos frango. A moça insistiu para que comêssemos carne e peixe, mas não queríamos. Por fim, perguntei: tem frango ou não? Depois, descobrimos que frango não é o que há em maior quantidade no país, assim como outros itens. O embargo comercial imposto pelos Estados Unidos faz com que tudo seja escasso.

Há poucos táxis na saída do aeroporto. Um motorista de uma van de agência de turismo ofereceu-se para nos levar. Pagamos US$ 17 até Habana Vieja, onde fica o Hotel Lido (Rua Consulado, 210). A corrida normal seria US$ 25. Em Cuba, o peso cubano tem valor idêntico ao dólar. A moeda está mais valorizada (falsamente) que o dólar. Não esperávamos que Cuba fosse o país em que mais gastaríamos. Os turistas são bem explorados. Até o mapa da cidade é cobrado e pode ser comprado no aeroporto ou nos hotéis. Preço tabelado: US$ 3.

Cenário de contrastes

O cenário é bastante curioso e de muitos contrastes: sujeira, antiguidades, modernidade, charme e beleza. De um lado, prédios velhos e acabados, janelas "decoradas" com roupas no varal. De outro, hotéis chiques, mansões luxuosas e embaixadas imponentes.

No caminho até o hotel, sentimo-nos voltar à década de 1950. Em toda esquina, carros e prédios antigos; alguns antigos até demais. Os carros mais comuns são os famosos “caudas de peixe”, de todas as cores. Há, ainda, ladas (marca russa de automóveis) nas cores amarelo e preto, que são táxis. Charretes, triciclos e motos-táxi adaptados oferecem passeios. Mas carros importados (geralmente de embaixadas) também estão nas ruas, contrastando com a realidade cubana. As vestimentas são antiquadas. Vimos vários senhores conversando, fumando seus charutos cubanos e usando ternos de modelos ultrapassados. Garçonetes usam saia e meia calça (com detalhes, tipo arrastão).

Por fim, chegamos ao hotel, que tem uma excelente localização, perto de quase todos os pontos turísticos. A reserva já estava feita. Pagamos US$ 35 pela diária. Ao entrarmos no quarto, uma cena inusitada: a arrumadeira estava usando o telefone do nosso quarto. Ela ainda iria limpá-lo. Telefone é um objeto de luxo em Cuba. Com certeza, ela estava fazendo alguma ligação particular. Desligou e tivemos que esperar ela fazer o serviço. Deixamos as malas e tomamos um banho. Estávamos curiosos para conhecer Havana. De todos os países que visitamos, Cuba realmente é o mais especial.

Habana Vieja

O melhor de Havana é caminhar por ela, sem pressa, para conferir a riqueza arquitetônica. A cidade conserva as características do período colonial e possui inúmeras construções históricas valiosas, como igrejas, castelos e palácios, e monumentos construídos nos séculos XVI e XVII. Está dividida em três partes: Habana Vieja, Centro e Vedado ou Cidade Moderna, onde fica também o bairro residencial de Miramar.

Começamos pelo Paseo del Prado (o hotel em que estávamos fica numa rua atrás). Já eram 16h. Subindo ou descendo por ele, há muito o que ver. Subindo, chega-se ao famoso Capitólio Nacional, que pode ser visto de longe, de quase todos os pontos da cidade.

A construção majestosa, com 92 m de altura, iniciada em 1910 e concluída somente em 1929, foi inspirada no Capitólio de Washington, nos Estados Unidos. Hoje, o local construído para ser a sede do parlamento acolhe o Museu de Ciências Naturais.

Ao redor do Capitólio, algumas praças são áreas de lazer: jovens andam de skate, caminham e leem livros. Na direção oposta, ao final do Paseo del Prado, há outra pracinha em que os cubanos praticam exercícios físicos: corrida, saltos, abdominais. Gente de todas as idades. Aliás, foi o único país da América Central onde percebemos que as pessoas preocupam-se mais com a saúde.

Do outro lado da praça, em frente ao Capitólio, há o Museu de Arte Moderna. Belo também é o Hotel Plaza (casa particular até 1909, construída no século XIX).

O Gran Teatro de la Havana também é uma das atrações importantes, afinal é a sede do Balé Nacional de Cuba.

Em Havana, há muitos parques, fontes, monumentos e praças. Muitos dos monumentos homenageiam José Martí, grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha, ocorrida em 1898.

Pelos muros da cidade, é comum ver frases de cunho social e revolucionário, que idolatram Cuba e menosprezam os Estados Unidos.


Como já era final de tarde, decidimos voltar descendo até o término do Paseo del Prado. À beira-mar, encontra-se o bairro Malecón, passagem obrigatória para turistas. O lugar é incrível: uma larga avenida com construções antigas e cercada de muros, que protegem a cidade das ondas causadas por ciclones.

Assistimos ao pôr-do-sol dali, com as águas prateadas do mar e, ao fundo, as fortalezas. Há o Castillo de la Fuerza Real (1558), o mais belo de todos, o Castillo del Morro (1589) e o Cojímar, forte do século XVII.

Começou a chover e nós entramos em um restaurante. Era fim de tarde. Pedimos uma salada e um vinho cubano. Era meio seco, mas gostamos. Quando acabou a chuva, caminhamos até o hotel. Estávamos perto. A localização do hotel é excelente.

Miramar

Em frente ao hotel, pegamos um táxi para dar uma volta à noite pelo bairro nobre de Cuba: o Miramar. Para chegar, é só seguir pela costa, na sequência do Malecón. O taxista que nos conduziu era bem instruído sobre a história do país, o que deve ser um retrato da Cuba que educa e onde o grau de analfabetismo é zero. Pagamos US$ 20 pela corrida. Em Miramar, estão os importantes centros financeiros, hotéis, infra-estruturas turísticas e calçadões cercados de magníficas mansões das embaixadas. A mais impressionante e alta é a Embaixada da Rússia, com uma arquitetura bem diferente. O projeto é do Oscar Niemeyer. Em Miramar, fica também a Universidade de Havana, com uma área interna que possui o maior acervo de arte pré-colombiana da ilha.

A larga avenida que passa pelos bairros Malecón e Miramar termina no Forte Chorrera, construído em 1695 para defender a cidade dos ataques piratas.

Depois deste passeio, ainda voltamos para Habana Vieja, para terminar de conhecê-la. Como era noite, deu para ver pouco. O local é seguro e bem policiado.

Partindo para Trinidad de Cuba

Demos uma pausa em Havana e fomos até Trinidad de Cuba, centro cultural fundado no século XVI.

Pegamos um táxi às 8h até o terminal rodoviário. Mas o ônibus para Trinidad já tinha partido (não tínhamos o horário correto). Além disso, era para termos saído mais cedo do hotel; não fosse a demora em servirem o café da manhã.

Sem ônibus, o jeito foi ir de táxi. A negociação foi complicada. Vários taxistas disputavam-nos e cobravam o dobro do valor da passagem do ônibus. Depois de muita pechincha, um deles cedeu e cobrou US$ 35 pela viagem. A passagem de ônibus custa US$ 15. Saímos de Havana às 9h15 e chegamos às 13h30. Fizemos uma parada na estrada, onde aproveitamos para fotografar. Avistamos uma grande faixa em um viaduto em que estava escrito: “Fidel es Revolución”.

Trinidad de Cuba fica a 454 km de Havana. O taxista levou-nos até a casa de uma senhora que aluga quartos para turistas. Na verdade, não há quase hotéis. A maioria das pessoas improvisa espaços para receber os visitantes.

Na Hospedagem ("hospedaje" em espanhol) da Raquel (rua Montelier, número 23, esquina com Ramón Romano e Enrique Villegas), a diária custa US$ 20, com café da manhã, o que é uma raridade em toda a América Central. O quarto é limpo, mas escuro, com banheiro privado, água quente e ventilador.

Almoçamos em um restaurante ao lado da casa onde estávamos. Todos pareciam ser da mesma família. Um senhor simpático nos atendeu. Comemos purê de batatas (um dos poucos da viagem), frango, peixe, arroz e salada, a US$ 15. A comida é caseira e saborosa.

Almoçados, fomos caminhar pela cidade. Chovia um pouco. Aliás, em Cuba foi onde mais pegamos chuva.

Trinidad de Cuba, fundada em 1515, foi declarada patrimônio da humanidade em 1988. Na cidade há muitas ruínas de igrejas, entre elas a de São Francisco de Assis. A Plaza Mayor, a Catedral (Iglesia de la Santissima Trinidad), o Museu de Arquitetura (1738), a Casa de Música, a Estátua de Cristo de la Vera Cruz são alguns dos pontos turísticos.

Fidel e Che

Nas ruas, muito artesanato e pinturas de personagens que fazem ou fizeram parte da história. A figura de Fidel Castro, assim como a do Che Guevara, é vista por toda parte, em bonés, camisetas, cartões-postais e quadros.

Na estrada, inúmeros outdoors idolatrando a imagem desses dois homens. Exemplos: “Che – seu exemplo vive”; “Revolución es unidad”; “Con Fidel Revolución”.

Até chegar em Trinidad, a paisagem é bem bonita. Em grande parte do trajeto, pode-se observar o mar, principalmente quando se está próximo à cidade.

A caminho, passamos pela famosa cidade de Cienfuegos, o mais belo representante da arquitetura cubana do século XIX. Suas ruas perfeitamente desenhadas e as refinadas construções do centro histórico fizeram-na ser declarada Monumento Nacional. Perto de Trinidad, há a praia de Ancon (a 12 km) e o Cayo (pequena ilha) Blanco de Casilda. Fomos de táxi até Ancon. A praia é bonita, mas nada demais se comparada às de Cancún.

Paramos em um café. O Mojito (rum, açúcar, limão, água, gelo e folhas de hortelã), uma das bebidas típicas de Cuba, é bem solicitada pelos turistas. Nós ficamos com o café e o cappuccino mesmo.

Depois fomos à agência de turismo Islazul, que nem parecia agência, para comprarmos a passagem (US$ 20 pelo carro) para Varadero. Ficou combinado que a van passaria na Hospedaje da Raquel às 9h do dia seguinte. Pagamos apenas a metade do valor. O restante foi pago ao chegarmos em Varadero.

Em Cuba, não andamos de ônibus. A maioria das pessoas viaja de carro (“coche”) privado, de taxistas, que ganham um extra com essas viagens.

Escassez de alimentos

Achávamos que Trinidad estaria mais preservada, mas na verdade está abandonada. A pobreza é muito grande. As pessoas nos param nas ruas, pedindo tudo: comida, dinheiro, camisetas, sabonete, qualquer coisa. Crianças pedem balas, chicletes, chocolates. Nada disso é encontrado nos supermercados.

Aliás, fomos a um mercado, que seria o maior da cidade. Não havia quase nenhum produto. Tudo é distribuído de forma bem espaçada para dar a impressão de que as prateleiras estão cheias. Há pouca variedade de biscoitos, e nada de doces. Não conseguimos sequer achar uma lata de milho ou ervilha. Só muito extrato de tomate e ovos. Em uma padaria, a atendente pegou o pão com a mão, sem luva, e o jogou no balcão quando o pedimos. Além disso, cobrou US$ 1 por um pão. O Ricardo questionou e ela disse que eram 10 centavos cubanos. Mas de outros turistas ela continuou cobrando o absurdo valor de 1 dólar.

Percebemos que a cidade depende totalmente do turismo. Muitas pessoas abordavam-nos na rua oferecendo quartos para alugar ou refeições no almoço e jantar. Alguns chegavam a oferecer-se para tirar foto conosco, o que não seria de graça, claro.

No café da manhã do hotel em Havana, foi servido um pão de forma partido ao meio com metade de uma fatia de queijo e presunto.

De Trinidad de Cuba a Varadero

Em vez de van (conforme tinha sido combinado na agência de turismo), um táxi veio nos buscar na hospedagem. Chegou às 10h, em vez de 9h. Éramos apenas nós, mais um rapaz e o motorista. A viagem durou duas horas. Varadero, considerada a mais bela praia de Cuba, fica a 314 km de Trinidad e a 140 Km de Havana. Tínhamos feito uma reserva em um hotel 4 estrelas - o primeiro da viagem.

O motorista deixou-nos no Hotel Vara Cruz (5ª avenida), onde estão situados quase todos os hotéis da cidade. O hotel é antigo, deve ser estatal. Talvez tenha sido um dos mais luxuosos. A decoração é feia, mas enfim teríamos o primeiro café da manhã de verdade. O nosso quarto tinha vista para o mar. Deixamos as malas e descemos.

Em poucos passos, já estávamos na praia de mar cristalino, de um tom verde água, areia branca e fina e muitos coqueiros. Varadero, com seus 20 km de praias, é o principal destino turístico para quem procura sol e mar.

Para conhecer toda a extensão da praia, pegamos um ônibus de dois andares, aberto na parte superior (a passagem custa US$ 5, podendo usar várias vezes no dia), que percorre toda a 5ª Avenida. Nas ruas, mais carros antigos e muitas feirinhas vendendo artesanato, cartões-postais, mochilas e bonés com a bandeira cubana e fotos do Fidel e do Che.

Descemos em um ponto, na zona hoteleira, que disseram ser a parte mais bonita da praia. Os coqueiros e a areia branca, em conjunto com a água cristalina fazem de Varadero uma praia realmente bela. O problema é somente o vento: bastante forte.

Não tivemos muita sorte, o tempo começou a fechar. Pegamos novamente o ônibus de dois andares e descemos na frente de um parque. Eu tinha tirado minhas fotos (máquina digital), mas o filme da câmara analógica do Ricardo tinha acabado. Foi difícil comprar um e, quando finalmente encontramos, tivemos que pagar US$ 7.

Lembram do ônibus que pagamos com direito a andar várias vezes no mesmo dia? Não conseguimos pegá-lo mais. O taxista que nos trouxe até o hotel, por US$ 3, disse que na baixa temporada os ônibus de turismo param de circular mais cedo. Como íamos saber? Ninguém nos avisou. Estávamos esperando há 30 minutos. Em cada parada, há uma tabela de horários e o último deveria passar às 19h30.

Tentamos comprar nossa passagem para Havana, na rodoviária, para garantir a vaga, já que iríamos no dia seguinte. Mas a passagem só é vendida na hora do embarque.

Passamos, então, no mercado ao lado do hotel. Compramos um vinho chileno e um pacote de bolo Bauducco (um grande achado por lá). As opções, como sempre, eram poucas. Não encontramos queijos nem frios. Geléia, então, nem pensar...

Subimos, tomamos banho e assistimos a um pouco de TV antes de dormir. Os noticiários são completamente parciais, pró-Fidel. Em um deles, o apresentador lê as notícias com a bandeirinha de Cuba na mesa.

Acordamos cedo para tomar tranqüilamente o merecido café da manhã. Pela primeira vez, víamos frutas além de banana, mais de um tipo de pão e bolo, geléia e frios.

Depois do café, começou a chover muito forte, muito mais do que no dia anterior à tarde. Ou seja, não pudemos ir à praia. O jeito foi terminar de arrumar as malas e matar um pouco do tempo até a hora de pegarmos o ônibus para Havana (sairíamos no das 11h).

Novamente, acabamos indo de carro (“coche” em espanhol) privado. O transporte, além de ser mais rápido, saiu antes do ônibus. Pagamos US$ 32 pela viagem. De ônibus, seriam US$ 30. Na verdade, o lucro é quase nenhum para o motorista, que, com certeza, faz essas viagens quando realmente precisa ir à capital. Mas o que pagamos já serve para abastecer o tanque de gasolina. No caminho, passamos pela cidade de Matanzas, a 30 km de Varadero. As praias de Matanzas também estão entre os principais destinos dos turistas que visitam Cuba.


De volta a Havana

Esse seria nosso último dia na cidade. O carro privado que pegamos em Varadero fez o percurso em menos de duas horas. Ficamos hospedados no mesmo hotel. Desta vez, perguntei sobre a “água caliente” do quarto. No primeiro que ficamos, a água não “calientou”. Então, deram-nos outro quarto.

Decidimos dar uma olhada nas praias de Havana antes de conhecer o restante da Habana Vieja. O segurança do hotel indicou-nos um taxista, bem simpático por sinal. Ele abriu as janelas do carro para fotografarmos durante o caminho. Levou-nos até Bacuranao, a 15 km da capital. Estava friozinho por causa da chuva que começava a cair. Cobrou US$ 25 para irmos até lá e voltamos a Habana Vieja.

As melhores praias encontram-se para o leste, no percurso que conduz a Varadero. São: Bacuranao, seguida de El Mégano, Santa Maria del Mar (a maior de todas), Boca Ciega e Guanabo.

Algumas praias mais distantes e desertas são as de El Trópico e Jibacoa, a 70 km de Havana. Todas dispõem de infraestrutura para o turismo.

Voltando a Habana Vieja, fomos à Plaza de la Revolución, onde há o Museu da Revolução (1920) e o Memorial Granma. Nestes locais, aprende-se muito sobre a cultura e a história cubana. No Memorial, há a embarcação utilizada por Fidel e seus companheiros para vir a Cuba derrubar o presidente Fulgêncio Batista, em 1956. O museu é imperdível. São 3 andares. A entrada custa 5 CUC (5 pesos cubanos) ou US$ 5. Conta toda a história da Revolução Cubana, que trouxe Fidel ao poder, e sua amizade com Che Guevara. Expõe, ainda, muita fotos, peças de roupas e objetos da revolução. Na entrada do museu, antigo palácio do governo, há marcas de balas nas paredes, resultado da tentativa de jovens cubanos em derrubar Batista do poder. O museu fecha (“cerra” em espanhol) às 17h. Muitos turistas e turmas de escolas visitavam o local.

A Plaza de Armas é o mais antigo e majestoso cenário da cidade. Possui dois museus, fundamentais para os que querem conhecer a arte e a história dessa peculiar cidade grande: o Museu Municipal e o Museu de Arte Colonial.

Na Plaza de la Catedral, conhecida no século XVI como Plaza Ciénaga e considerada o espaço arquitetônico melhor conservado da América Latina, pode-se admirar a Catedral em estilo barroco cubano, que levou 29 anos para ser construída. Seu interior é bastante rico e guarda uma imagem do patrono da cidade San Cristóbal, talhada em madeira. Outras construções localizadas nesta praça são o Palacio de la Capitanes Generales, com suas belas colunas e o pátio interno, e o Palacio del Segundo Cabo.

Tão bela quanto a Catedral é a Igreja de São Francisco. Lembram realmente igrejas da Europa. Toda Havana é charmosa. A cada esquina, restaurantes, hotéis e edificações em estilo colonial.

Até o prédio de um centro comercial é belo. Chegamos a uma praça, onde a rua da esquina tinha o nome de BRASIL (fotografamos para registrar, claro). Nos restaurantes de comida típica cubana, é comum a venda de charutos cubanos em caixas de madeira.

Paramos para uma pausa em um dos inúmeros restaurantes. Escolhemos uma paella de frango. Até mesmo num restaurante melhor, como o que escolhemos, notamos que no prato não estavam os melhores pedaços de frango, que ainda veio com muito osso. Por sorte, foi servido em boa quantidade.

A principal via comercial da cidade é a rua ("calle" em espanhol) Obispo. Foi lá que vimos o Café Paris, onde um grupo tocava salsa e mambo. Um nativo tentava ensinar o ritmo a um grupo de gringos. Na esquina com esta rua, na Avenida Bélgica, o La Floridita, histórico bar de Havana onde o daiquiri foi inventado, drinque cubano tão famoso quanto a nossa caipirinha.

Caminhamos depois para o lado do porto de Havana, onde se situa a Praça de São Francisco com a fonte dos leões, e o Convento de São Francisco do ano 1548, de estilo barroco, com uma fachada principal e outra lateral.

No porto, destaca-se o Castelo de São Salvador de la Punta, enquanto do outro lado da baía está o Castelo dos Três Reis Mágicos do Morro, acessível por um túnel. O castelo é uma das maiores fortificações espanholas no Caribe. Construído entre 1589 e 1610 para defender o porto dos ataques dos corsários e piratas, constitui toda uma obra de engenharia daquela época. Nos tempos recentes, serviu como prisão política para alguns dissidentes do regime castrista.

Para conhecer bem Havana, reserve uns 3 dias. A cidade merece.

Voltamos ao hotel. No dia seguinte, um voo às 8h30 para o Panamá e, de lá, para São Paulo (SP) e Brasília (DF).

Outros lugares para visitar

Camagüey

É a maior província cubana e, também, com o maior centro histórico. Sua estrutura assimétrica parece uma teia de aranha. Possui uma arquitetura colonial muito bem preservada, lembrando uma cidade andalusiana com sua mistura cristã-mulçumana e ruas estreitas e sinuosas.

Toda sua extensa geografia local oferece ao turista paisagens atraentes como a praia de Santa Lúcia; o Arquipélago da Rainha, com o paradisíaco recife Caguama; e a cordilheira de Cubitas, lugares onde o turista pode ver a flora e a fauna local e praticar esportes aquáticos, caça e pesca.

Santa Lúcia de Cuba

Uma combinação perfeita de sol, areia e águas cristalinas. Essa enorme piscina natural com 21 km de comprimento é rodeada pelos mais extensos e interruptos recifes de corais de Cuba, apropriados para mergulho e outros esportes aquáticos.

Ali se encontra a maior colônia de flamingos cor de rosa do Caribe, além de outras espécies interessantes. O escritor americano Ernest Hemingway amava esse lugar.

De Santa Lúcia é possível fazer excursões à cordilheira de Cubitas, onde se concentra uma exuberante flora com mais de 300 espécies; ao porto; e à cidade industrial de Nuevitas, o centro urbano mais próximo da praia.

Granma

Grande parte do atrativo de Granma está em sua beleza natural. Alguns dos lugares mais espetaculares são os parques nacionais de Turquino de Desembarco de Granma.

Foi declarado Lugar Cultural da Humanidade pela UNESCO, devido a seus lençóis freáticos, ao valor da flora e à fauna locais, aos mais de 40 lugares de arqueologia cultural nativa, aos eventos históricos relacionados às guerras pela independência nos séculos XIX e XX e a mais de 60 km de cavernas a serem exploradas.

Granma, e especialmente, a Cidade de Bayamo, foram um dos marcos fundamentais da história e cultura cubanas, na guerra de independência e na guerra de libertação nos anos 50, que culminou com o triunfo da Revolução em 1º de janeiro de 1959.

Santiago de Cuba

É a cidade mais caribenha da ilha e um lugar onde importantes festas populares são celebradas. Ali, aconteceram alguns dos eventos históricos cubanos e é onde a santa padroeira de Cuba, a Virgen de la Caridad del Cobra (a Virgem da Caridade do Cobre), é mais venerada. Santiago possui a infra-estrutura necessária para patrocinar conferências turísticas.

Tem em sua região todas as condições para desenvolvimento da natureza e turismo aventureiro, atividades náuticas, navegação e turismo saudável.

Santiago é também onde nasceu o bolero, a conga e a música cubana. A mistura de raças é mais visível ali que em qualquer outro país e a influência negra é um elemento essencial. Tem cerca de 15 museus.

Melhor época: abril a julho. No segundo semestre há risco de furacões, porém as condições são excelentes até novembro. De novembro a março a temperatura cai e o mar fica mais grosso, prejudicando um pouco o mergulho.

Curiosidade: a entrada de produtos naturais (in natura) de origem vegetal e animal é proibida. Todos os cartões de crédito são aceitos, exceto o AMERICAN EXPRESS ou qualquer outro, mesmo de outra bandeira aceita, que tenha sido emitido por bancos estadunidenses. Exemplo: BOSTON VISA onde o Visa é aceito, porém o banco emissor é de origem estadunidense.

Visto

O visto consular é obrigatório a todos os visitantes e os vistos de Turista ou entrada rápida em Cuba, que não sejam jornalistas a trabalho e cidadão estadunidense, poderão ser emitidos diretamente com a ecotur@ecoturnews.com.br (modalidade TARJETA – com validade máxima de 30 dias de permanência).

Pode ser obtido na Embaixada Cubana em Brasília (DF) ou , como no nosso caso, em uma agência de turismo do país em que comprar as passagens para Cuba.

Retorno ao Panamá e final da viagem

O voo de Havana para o Panamá (sábado, dia 26 de maio) saiu no horário previsto, às 8h30. Teríamos o dia inteiro para curtir mais um pouco a capital panamenha, pois o avião para São Paulo só partiria às 20h, com previsão de chegada em São Paulo às 4h da madrugada e, em Brasília, ao meio-dia (domingo, 27 de maio).

No Panamá, aproveitamos o dia indo a praias que não tínhamos visitado ainda. No início da nossa viagem, o Panamá foi o primeiro país a ser visitado e conhecemos o Canal do Panamá, o Casco Viejo (bairro antigo), o shopping Albrook Mall e a Ponte das Américas. Dessa vez, deixamos nossa bagagem no aeroporto, pagando US$ 4 por cada mochila. Eram três volumes. Atravessamos a pista em frente ao aeroporto para pegar um ônibus coletivo, cuja passagem custa US$ 0,35. A viagem foi longa até o Albrook Bus Terminal (terminal rodoviário central). O trânsito estava bem pesado. Para descontrair, música na caixa de som do ônibus. Chegando na rodoviária, perguntamos onde conseguiríamos um transporte para a praia de Vera Cruz, que era a mais próxima. O ônibus sai do final do terminal e a passagem custa US$ 0,75. Mais uma vez, íamos andar naqueles ônibus escolares velhos, importados dos Estados Unidos, e bem coloridos, como de costume.

Almoçamos um prato feito antes de partir, no terminal mesmo. A viagem foi curta, menos de uma hora. Descemos bem na frente do mar.

A praia é bonita, com uma ilha de pedra logo à frente, mas sem as águas azuis do Caribe. Há muitos pássaros mergulhando e pescando peixinhos. Apesar de alguns bares à beira da praia, estava deserta. Ficamos ali por duas horas.

Ao longo do Pacífico, há outras praias: Gorgona, Farallón, Santa Clara, porém as mais belas estão no mar do Caribe. Entre elas, as que visitamos no arquipélago Bocas del Toro.

Na volta, pegamos o mesmo ônibus e descemos na rodoviária. De lá, um táxi para o aeroporto, por US$ 7.

Mais um dia no Panamá, em hotel 5 estrelas

Pegamos a bagagem que estava no guarda-volumes e fomos tomar um banho de “gato” no banheiro. Tínhamos vindo da praia, não dava para embarcar como estávamos.

Subimos, então, para o embarque. Ainda faltava uma hora e meia para o horário do voo, ou seja, eram 18h30. Mas a atendente disse que havia tido “overbooking” e que só restava um lugar. Ficamos aguardando, mas não pudemos embarcar, assim como outro casal de brasileiros. Foram os primeiros que encontramos em toda a viagem. Eles estavam indo para Cuba e nós, voltando.

Resultado: a Copa Airlines, pela qual viajaríamos até São Paulo, pagou-nos uma diária no Hotel El Panamá, 5 estrelas, situado na Zona Hoteleira, cercado de cassinos, além de um crédito de US$ 300 para cada um na compra de uma próxima passagem pela empresa. Foi um final de viagem inusitado. Um motorista da companhia levou-nos até o hotel. Já era tarde. O quarto é maravilhoso, contudo o que mais gostamos realmente foi da ducha quente (nós merecíamos) e do café da manhã no dia seguinte. Comemos muito! O mesmo motorista buscou-nos no hotel às 7h. Tivemos que madrugar, apesar do nosso voo só estar marcado para às 11h (lembrando que no Panamá são duas horas a menos em relação ao Brasil). Como o outro casal de brasileiros embarcava mais cedo, tivemos que ir juntos para fazermos uma única viagem de carro. No caminho, passamos pela Panama Vieja, ruínas da antiga cidade do Panamá, fundada em 1519 por um conquistador espanhol. Pode-se ver os resquícios da catedral, da praça, do convento e de outra igreja.

Demoramos quase uma hora para chegar ao aeroporto, que fica bem distante da cidade. O check in foi tranqüilo. O avião decolou pontualmente. Foram 7 horas até São Paulo. Lá, é que voltamos a ter problemas. O cartão de embarque que a Copa Airlines ofereceu-nos para embarcar pela TAM (nosso voo inicial era pela Gol, mas para chegarmos no mesmo dia, domingo, tiveram que trocar para a TAM) não foi aceito no balcão da companhia. Foi uma correria, pois estava quase na hora de embarcar, tínhamos pegado uma longa fila e ninguém resolvia nada. Da TAM, mandavam-nos para a Copa a fim de validar o bilhete e vice-versa. Eu fiquei cuidando da bagagem e o Ricardo, correndo de um lado para outro. Por fim, emitiram um bilhete manual com o valor da tarifa. Por sorte, o voo estava atrasado. Era para ter saído às 21h e só decolou às 22h30. Para a gente foi bom porque senão teríamos perdido o avião. Chegamos a Brasília à meia-noite de domingo.

Trabalharíamos já no dia seguinte, segunda-feira, dia 28 de maio. Enfim, em casa. Cansados, porém com a certeza de que a viagem tinha sido muito proveitosa.

Quase perdemos nossas fotos

Depois disso tudo, quase perdemos todas as fotos. Com a confusão e correria que passamos em São Paulo, acabamos esquecendo no ônibus que nos conduziu até o avião uma sacola com um livro e a minha máquina digital que, aliás, foi comprada na cidade do Panamá. Eram mais de 5.000 fotos. Com muita insistência, diversas ligações e envios de fax para a Infraero e a TAM em São Paulo e em Brasília, conseguimos recuperar nosso tesouro. A câmera foi enviada por um voo da TAM para Brasília. Até tê-la em mãos, sofremos um pouquinho. Mas, no final, deu tudo certo.



























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